Uma questão que levanta o estudo da história da Ásia é que esta constrói-se, em princípio, da memória que o ocidente tem da mesma, uma memória parcial que implica uma marcada perspectiva “orientalista”. Partindo da análise de duas produções de Hollywood (“Ana e o Rei do Sião” e “O Rei e Eu”), veremos em que medida o cinema pode funcionar historicamente ao nível da justificação ideológica do colonialismo, colocando em cena uma história individual (a relação formativa e romântica entre Anna, preceptora inglesa na corte siamesa do século XIX, com o rei do Sião) como elaboração feliz de um conflito político cujas secretas violências vêm encobrir, naturalizando uma relação de forças desigual - a ocidentalização forçada do Sião, num momento em que fazia-se sentir em pleno a expansão do imperialismo britânico pelo continente asiático.
© 2001-2024 Fundación Dialnet · Todos los derechos reservados