Antonio Augusto Rossotto Ioris
A produção de fronteiras sempre foi fundamental para a circulação e acumulação de capital. A perenidade da emergência de novas fronteiras não é apenas em razão da demanda por minerais, terras ou outros recursos, ou porque as fronteiras representam novas oportunidades de mercado, mas crucialmente porque a fronteira opera como compensação pela saturação das relações capitalistas existentes nas áreas centrais. Na fronteira, a sequência convencional de tempo e espaço é suspensa e reconfigurada, permitindo a descompressão de tensões e contradições. Consequentemente, as fronteiras espaciais funcionam como um espelho, onde as características mais básicas e explícitas do capitalismo estão vivamente expostas. Este artigo examina o significado e a imanência das fronteiras espaciais, considerando-os como um laboratório de agência histórica e geográfica. Isso implica em uma reflexão sobre a necessidade, a configuração e a contestação das fronteiras espaciais, prestando especial atenção à incorporação econômica e territorial da região Amazônica e às perspectivas de resistência política.
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