O presente texto busca analisar como o filme francês “Belleville Tour” (2008) representa a operacionalização dos roteiros turísticos guiados pela capital francesa. Mesclando o centro parisiense (a cité histórica) com o bairro Bellevile que fica à margem do imaginário turístico, o enredo do filme transforma Paris em uma “cidade palimpséstica”, cujas leituras e interpretações são intermediadas pelas óticas dos agentes envolvidos na operacionalização dos city-tours. Por outro lado, e a partir da alegoria do carro-funeral transformado em micro-ônibus, compreende-se como o filme posiciona imageticamente os visitantes guiados. Assim, percebemos que “Belleville Tour” expõe em seus discursos as tensões entre o tradicional e o contemporâneo vivenciadaspor Paris, com o multiculturalismo da capital francesa buscando brechas para se infi ltrar no processo turístico local, ainda que sofra rejeição por parte dos turistas tradicionalistas que continuam se interessando somente pelo imaginário que “prende” a “Cidade Luz” em um século XIX.
© 2001-2024 Fundación Dialnet · Todos los derechos reservados