Brasil
O presente artigo apresenta um panorama do pioneirismo da escritora brasileira Cassandra Rios na criação de romances com protagonistas travestis, bem como oferece uma análise da protagonista da obra Uma mulher diferente, publicada a primeira vez em 1965. A leitura crítica aqui apresentada tem como base um tripé teórico: (a) os estudos literários, a partir de Barcellos (2006), Fernandes & Schneider (2017), (b) os estudos de gênero, sobretudo a partir de Butler (2010; 2013) e (c) as etnografias sobre travestis brasileiras, a partir de Kulick (2008), Benedetti (2005) e Pelúcio (2009). Os resultados buscam demonstrar o quanto as personagens promovem rachaduras nos dogmas tradicionais de gênero e de sexualidades, subvertendo conceitos essencialistas, mesmo tendo sido criadas em textos literários que vieram a público em um período de repressão como no início da ditadura militar do Brasil, instaurada em 1964.
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