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Importância da literacia em saúde no controlo da pressão arterial em populações especiais: o caso das crianças/adolescentes e dos idosos

    1. [1] Universidad de Granada

      Universidad de Granada

      Granada, España

  • Localización: Dedica. Revista de Educação e Humanidades, ISSN-e 2182-018X, ISSN 2182-0171, Nº. 14, 2018, págs. 87-101
  • Idioma: portugués
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  • Resumen
    • A compreensão dos fatores que modulam a saúde e o bem-estar constitui um aspeto crítico para a preservação do bom funcionamento do Homem, nas suas diversas dimensões. Numa época em que o envelhecimento populacional se assume como um desafio estrutural, a adoção de estratégias de preservação da saúde ao longo da vida assumem-se como essenciais, e entre estas, a literacia em saúde é reconhecidamente decisiva. Alguns estudos têm-se debruçado sobre a importância da educação para a saúde na promoção de um sistema cardiovascular mais saudável, debruçando-se, entre outros aspetos, no efeito ecológico de um maior conhecimento em saúde sobre a pressão arterial. Perante esta circunstância, realizamos dois trabalhos com o objetivo de identificar benefícios de um programa de educação para a saúde sobre a pressão arterial em duas populações especiais: crianças/adolescentes e idosos. Para tal, constituíram-se duas coortes de estudo: coorte A – crianças/adolescentes (idades entre os 5 e os 17 anos à data de inclusão); coorte B – idosos (idades entre os 65 e os 90 anos à data de inclusão). A coorte A foi constituída por 3550 famílias e a coorte B por 45 idosos. Em ambas as situações, o desenho experimental implicou uma avaliação cardiovascular basal, seguido de um programa de educação para a saúde estruturado e individualizado (manipulação experimental), centrado nos fatores de promoção de saúde cardiovascular ajustados a cada tipo de população, e reavaliação num contexto de follow-up anual. No follow-up da Coorte A, identificou-se por entrevista um grupo de famílias que referiram ter ajustado os seus comportamentos de vida (grupo ativo: n=1150) contrastando com outro que referiu não ter feito grandes ajustamentos (grupo controlo: n=2400). A análise do comportamento da pressão arterial identificou uma redução de 1.43 mmHg na pressão sistólica e de 0.63 mmHg na pressão diastólica no grupo ativo, mantendo-se diferenças tensionais na ordem dos 1.71 mmHg para a pressão sistólica e de 0.59 mmHg para a pressão diastólica entre o grupo ativo e o grupo de controlo ao fim de 2 anos de seguimento. Na coorte B, a intervenção fez-se também acompanhar de uma redução significativa da pressão arterial, aumentando a percentagem de doentes hipertensos controlados de 51.2% (basal) para 74.4% (pós-intervenção), explicado em grande medida por um aumento significativo na adesão à terapêutica conseguido pelo programa de educação (passando de 11.6% para 79.1%; p<0.05). Os resultados demonstram de forma particularmente robusta os benefícios e eficácia complementar da educação para a saúde no ajustamento das trajetórias da pressão arterial ao longo da vida, para níveis biologicamente mais benéficos para o indivíduo, sendo também claro que uma intervenção estruturada em faces precoces da idade cronológica se poderá traduzir em ganhos de saúde a longo prazo, justificando a introdução destas estratégias complementares de intervenção nas estratégias de prevenção primária, e na promoção de um envelhecimento ativo e saudável.ABSTRACTAn understanding of the factors that modulate health and well-being constitutes a critical aspect for the preservation of the good functioning of the human body. Considering the demographic challenge posed by population ageing, the adoption of a lifelong health preservation strategy is assumed to be essential, incorporating health literacy as an essential strategic component of health policies. Some studies have focused on the importance of health education in promoting a healthier cardiovascular system, focusing, among other aspects, on the ecological effect of greater knowledge on health over the blood pressure profile. Given this circumstance, two studies were carried out to identify the benefits of a health education program on blood pressure in two special populations: children/adolescents and the elderly. Two cohorts were included: cohort A - children/adolescents (ages 5 to 17 years at inclusion date); Cohort B - elderly (ages 65-90 years at inclusion date). Cohort A consisted of 3550 families and a cohort B of 45 elderly. In both studies, the experimental design involved a baseline cardiovascular evaluation, followed by a structured and individualized health education program, focusing on the health promotion factors adjusted for each type of population, and reassessing the cardiovascular profile in annual follow-up visits. On follow-up of Cohort A, a group of families reported having adjusted their life behaviors following the educational intervention (active group: n = 1150), contrasting with others who reported not having made major adjustments (control group: n = 2400). The longitudinal trends for blood pressure followed a different trajectory, with a reduction of 1.43 mmHg in systolic pressure and 0.63 mmHg in diastolic pressure only in the active group, which maintained a difference in the order of 1.71 mmHg for systolic pressure and 0.59 mmHg for diastolic pressure compared with the control group after 2 years of follow-up. In cohort B, the intervention was also accompanied by a significant reduction of blood pressure and a significant increase in the percentage of controlled hypertensive elderly patients, rising from 51.2% (baseline) to 74.4% (post-intervention), as a result of a significant increase in the adherence to therapy following the education program (adherence to treatment increased from 11.6% to 79.1%, p <0.05). The results robustly demonstrate the benefits and complementary efficacy of health education in the adjustment of blood pressure trajectories throughout life, to levels that are biologically more beneficial to the individual. It is also clear that a structured intervention in early stages can lead to long-term health gains, adding importance to health literacy as a component to be considered in primary prevention strategies, for the promotion of active and healthy aging.


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