Neste artigo se questiona a tradicional classificação de verbos recíprocos em português, argumentando-se que não são verbos que trazem a semântica de reciprocidade, mas sim determinadas construções de estrutura argumental elaboradas por eles. Em outras palavras, assume-se que a reciprocidade é uma propriedade semântica construcional e não lexical. A análise parte de dez verbos classificados como recíprocos pela literatura e mostra que eles não podem ser classificados dessa maneira, pois não apresentam o sentido recíproco em todas as construções que elaboram. Sendo assim, e adotando-se a Gramática de Construções de Goldberg (1995) e os trabalhos construcionistas de Perini (2015) e de Perini et al (em preparação), este trabalho propõe-se a descrever três construções de estrutura argumental recíprocas em português. Por fim, é apresentado também um exemplo de verbete contendo a diátese do verbo casar, conforme constará no Dicionário de Valências Verbais do Português (Perini et al, em preparação), projeto em que esta pesquisa se insere e com o qual contribui
© 2001-2024 Fundación Dialnet · Todos los derechos reservados