G1 é o testemunho mais antigo (seiscentista) da tradição manuscrita da Vida de S. Senhorinha de Basto em português e apresenta vários vestígios do português duocentista que corroboram a datação da sua legenda original no século XIII. Contudo, a utilização de formas com –d- intervocálico na flexão verbal da 2ª pessoa do plural – único traço duocentista que G1 conserva totalmente – levanta alguns problemas de interpretação de dados, uma vez que este –d- parece ter sobrevivido até mais tarde no Norte de Portugal e, consequentemente, a sua atestação não esclarece se o copista responsável por este apógrafo conservou essas formas porque ainda as empregava, ou porque respeitou a língua do modelo. O presente trabalho propõe examinar a expressão desta característica noutros textos da compilação a que pertence G1, averiguando se o copista deste códice adoptou a mesma postura quanto à conservação/modernização das formas da 2ª pessoa do plural nos diferentes textos que nele copiou, e discutindo se os resultados obtidos esclarecem o fenómeno registado nesse testemunho. Só essa colação pode autorizar a utilização deste aspecto morfológico na delimitação dos estratos linguísticos desse apógrafo da Vida de S. Senhorinha de Basto, ou demonstrar como é impossível comentar a intencionalidade do comportamento do seu copista.
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