A gestão de risco tem sido já uma prática comum durante a fase de construção de barragens no âmbito dos sistemas de gestão da qualidade das empreitadas, normalmente promovidos pelos Donos de Obra. No entanto, na fase de estudos e projeto a análise do risco não tem sido uma prática corrente. Crendo que será uma mais-valia para o projeto, foi elaborada uma proposta para uma análise de risco, considerando diversos elementos base, que incide sobre uma análise semi-quantitativa partindo de uma definição de classes de probabilidade e consequências, originando uma matriz de risco.
Esta matriz tem como objetivo materializar uma análise simples e rápida, onde a experiência e sensibilidade da equipa projetista exerce grande influência. A análise de risco inicia-se pela identificação de cada uma das falhas/perigos que podem ocorrer durante a fase dos estudos e projeto de barragens, definindo-se qual o seu fator de risco. Após a elaboração desta análise é efetuada uma avaliação de tomada de medidas mitigadoras, com possibilidade de aplicação e respetivo custo associado, refazendo-se novamente a análise de risco culminando num valor residual de risco. Tendo por base um trabalho académico de investigação, apresenta-se um caso de estudo de uma barragem de aterro, em fase de Projeto Base, onde se verifica que, o ponto que apresenta o fator de risco mais elevado corresponde à rotura ao nível da fundação. No entanto, o grau de risco mais severo é atenuado através das medidas mitigadoras que se propõem. A severidade dos restantes riscos identificados é igualmente atenuada, observando-se, finalmente, um fator de risco residual baixo. Salienta-se que as duas situações mais críticas identificadas - rotura na fundação e estimativa da ação sísmica - são aquelas que podem originar as consequências mais graves.
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