Este texto procura relacionar o pensamento de Durkheim, exposto em As formas elementares da vida religiosa – que ora completa cem anos – e a mudança do mapa religioso, marcado pelo contínuo crescimento do neopentecostalismo no Brasil. Durkheim entende a religião como fato social que opera como fonte de coesão e integração social, na lógica da relação entre sagrado e profano, uma forma de despertar a esperança e fortalecer a solidariedade. Com o processo de modernização social, novas linguagens e metodologias no campo da religião conseguem capturar e afetar as formas de ser, de pensar e de agir da sociedade brasileira. O neopentecostalismo no Brasil se apresenta com o intuito de levar a mensagem do evangelho a uma sociedade abalada pelas decepções e fracassos dos sistemas econômicos e políticos. Para isso, emprega gestos, símbolos e linguagem persuasiva, voltada à subjetividade e à emotividade, que transitam entre o profano e o sagrado. Ao escrever As formas elementaresda vida religiosa, Durkheim, de alguma maneira, resgata a relevância do estudo das religiões como um importante fenômeno social. Contrário às tendências dos clássicos da sociologia, ele aposta na crença e do pensamento religioso.
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