Pretendo, nesse artigo, traçar algumas notas em torno do problema do autor e suas relações com o gesto de escrever, questão presente na obra de Jorge Luis Borges, particularmente em Ficções. O problema em discussão pode-se resumir muito brevemente como um projeto de escritura que assume radicalmente a natureza fragmentária e descontínua do texto, ou seja, escritura como tradução ou, ainda, nas palavras do próprio escritor, como “falsificação”, mera “complicação de histórias alheias”. Para discutir o problema proposto, recorri aos estudos contemporâneos sobre a história do livro e da escrita e sobre as representações do autor nas suas relações com o texto, referências teóricas que considero adequadas ao tratamento do tema.
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