Este artigo trata das comparações com animais empregadas por Lucano para descrever Pompeu ou os pompeianos em três passagens da Guerra Civil (1.327-9, 2.601-7 e 4.237-42). Defendo a tese de que esses símiles estão fortemente relacionados entre si, bem como a ideia de que pelo menos dois deles possuem elementos que apontam para uma significativa imagética erótica. Essas insinuações de caráter sexual são geradas principalmente (mas não apenas) pela presença de conexões intertextuais (especialmente com Vergílio). Também pretendo mostrar que os símiles trazem à tona as limitações de Pompeu, associando a personagem ou seus seguidores a indícios de violência irracional. As motivações de tal violência, sugere Lucano, têm um lado sexual. O tratamento dado aos símiles por Lucano é inteiramente dialógico: os diferentes símiles provêm de diferentes vozes e/ou situações, remetem-se uns aos outros por meio de uma série de paralelos às vezes bastante notáveis e oferecem visões contrastantes ou complementares do mesmo assunto.
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