A Segunda Sofística e a Antigüidade tardia. Como os estudiosos ainda não tentaram estabelecer ligações entre a Segunda Sofística e a Antigüidade tardia, é preciso abrir um caminho, questionando-se em que medida o conceito de Antigüidade tardia pode ajudar a compreender de forma nova a Segunda Sofística. As duas principais vertentes da pesquisa sobre a Segunda Sofística consistiram, por um lado, em pôr em destaque a cultura dos so?stas e suas relações com o passado grego da época arcaica e clássica e, por outro, sublinhar a importância do papel político e social que os so?stas tiveram em sua época. A terceira vertente, que é proposta aqui, permite fazer surgir, na cultura e nas concepções dos so?stas dos séculos I-III d.C., as marcas que anunciam a Antigüidade tardia e que eram, na época, portadoras do futuro. A Segunda Sofística não se limitava à admiração pelo passado e pelas funções o?ciais exercidas pelos so?stas. Ela comportava também formas de devoção íntimas e exacerbadas, experiências de misticismo, um modelo de “holy man” dotado de poderes sobrenaturais, toda uma cultura ?losó?co-religiosa, relações com o platonismo, com o judaísmo e o cristianismo, e ainda uma prática literária rica e diversi?cada, que se estende, para além do discurso retórico, à poesia, à auto-biogra?a, à epistologra?a, à narração dos sonhos, ao romance
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