Ainda que o conhecimento, por parte de Cervantes, das versões da Eneida do século de ouro espanhol seja algo comumente creditado pela crítica, não têm havido estudos que avaliem adequadamente a índole de tal reelaboração. Neste artigo centrar-nos-emos na paródia dos amores de Dido e Eneias, que Cervantes realiza, na segunda parte de sua obra, através das personagens Altisidora e Dom Quixote. Estruturada ao longo de três momentos-chave e encadeada ao tratamento de outros dois mitos clássicos - o de Teseu e Ariadne e o de Orfeu e Eurídice - esta análise pretende uma releitura que leve em conta o valor da obra virgiliana na conformação deste romance.
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