Este texto é um registro da eloquência dos tecidos nos enredos das pinturas dos artistas PaulaRego e Jean-Auguste Dominique Ingres. Não obstante terem vivido distante um século um do outro, eu os vejo irmanados nessa exímia habilidade que têm de conquistar para dentro da bidimensionalidade de suas telas leis diversas da materialidade dos tecidos, vestindo e despindo corpos humanos e ambientes arquitetônicos com uma intensidade magistral. Independentementede seus estilos e época, ambos são mestres em retirar do mais recôndito sinal têxtil uma impressionante força argumentativa e colocá-la dentro das narrativas que suas obras comportam. Esses sinais têxteis, uma delicada renda, o adamascado em uma estampa do estofado, um arremate de costura, um drapejado de um veludo, são agora agentes nalinha de frente do diálogo e não mais acessório sem vínculo ou ornamentação por conveniência (...)
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