Esse artigo analisa as imagens fotográficas contidas em Porto Alegre, álbum fotográfico, produzido por Virgílio Calegari, entre 1908 e 1912, a partir das quais foi possível observar que o fotógrafo trilhou dois itinerários. Um percurso revela os aspectos ainda coloniais de uma Porto Alegre que ensaiava os passos para uma modernidade pretendida. Outro percurso atualizava o fotógrafo com seu tempo, sintonizando-o não apenas com os avanços tecnológicos e as experimentações técnicas, mas também com um imaginário proveniente das metrópoles européias ou norte-americanas. Assim, o artista fez do cenário de Porto Alegre, ainda tão singela e repleta de casarões e igrejas oitocentistas, um laboratório de experimentações, inaugurando representações visuais da cidade em consonância com um imaginário de modernidade que privilegiava a dinamicidade e a mobilidade como atributos das imagens fotográficas urbanas.
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