O presente trabalho utiliza a imprensa periódica em uma dupla função: como fonte e objeto de pesquisa. Dessa forma, se buscará investigar o conceito de opinião pública, questionando qual era o seu entendimento pelos locais e a importância dada à participação popular nas páginas dos impressos cisplatinos. Após poucas e efêmeras experiências durante a primeira década revolucionária, são nos anos de ocupação luso-brasileira, com a liberdade promovida pelas Cortes de Lisboa, que a imprensa se desenvolve e cresce rapidamente na Província Cisplatina (1821-1828), sobretudo na cidade de Montevidéu, fruto do desenvolvimento de novos espaços de sociabilidade. Elementos presentes e causadores de transformações em um contexto já marcado pela instabilidade politica e a indefinição quanto ao futuro da região. Em termos teóricos, a análise parte da perspectiva de Reinhart Koselleck, portanto, os conceitos devem ser compreendidos como uma ferramenta de função ambivalente: ao mesmo tempo em que apontam e traduzem elementos da realidade, também são uma ferramenta de transformação social, capazes de reconfigurar a mesma realidade que os produziu.
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