Este artigo tem por objetivo investigar o processo de intensificação da mineração no sudeste paraense a partir da relação entre a presença da empresa mineradora Vale S.A., a consequente desestruturação da produção camponesa no município de Canaã dos Carajás, entre o período de 2004 e 2012 e as resistências desenvolvidas por essas famílias para se manterem na terra. O objeto proposto para análise se insere num contexto de conflitos sociais gerados por dinâmicas temporais distintas de apropriação de territórios, expropriação de populações locais e lutas de resistência. As mudanças sociais em curso no sudeste paraense tendem a pressionar os territórios de trabalhadores rurais, povos indígenas, comunidades quilombolas e outras populações tradicionais, bem como avolumar e precarizar os núcleos urbanos em formação. Esse processo poderá ser intensificado e acelerado nos próximos anos, o que propõe desafios para as Ciências Sociais e Humanas em analisar as contradições resultantes dessas mudanças em curso. Para realização dessa investigação utilizamos como estratégia metodológica a pesquisa bibliográfica e documental, observação direta e entrevistas semi-estruturadas.
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