Resumen de Turismo cultural vs. marketing cultural: as práticas de revitalização dos conjuntos históricos preservados na cidade do Rio de Janeiro
Juliana S. Pavan, Rosina Trevisan Martins Ribeiro
O turismo cultural, de acordo com a Carta de 1999 do Icomos, pode proporcionar efeitos positivos a uma comunidade, motivando a população a cuidar e manter o seu patrimônio cultural. Porém, o turismo excessivo ou mal gerido pode acarretar danos materiais e imateriais ao patrimônio e consequentemente à identidade coletiva da comunidade. Em diversas cidades brasileiras vemos ações de revitalização visando o turismo como forma de manter a utilização de áreas históricas e com o pressuposto de salvaguardar e oferecer à sociedade a fruição dos conjuntos preservados. Mas a prática nem sempre ocorre como planejado. Na cidade do Rio de Janeiro alguns conjuntos preservados são utilizados em função do turismo visando o retorno econômico, e as práticas de reutilização dos edifícios são geridas pela economia utilizando o marketing do patrimônio cultural para atrair e aumentar o número de consumidores. O objetivo deste artigo é discutir a questão da utilização dos conjuntos históricos preservados na cidade do Rio de Janeiro, que nas práticas atuais não estão contribuindo para os objetivos do turismo cultural. A existência de uma permissividade excessiva a questões turísticas e econômicas, percebida em diversos casos de reutilizações de edifícios inseridos em conjuntos preservados pode extinguir os valores materiais e imateriais do patrimônio cultural. O turismo cultural, quando bem gerido, é uma importante forma de contribuir para o desenvolvimento cultural e econômico de uma região. Porém, os conjuntos históricos do patrimônio cultural não podem ser explorados em detrimento da preservação da materialidade e de seus significados culturais. Incorporar novos usos a edifícios e regiões históricas é uma tarefa difícil que demanda estudos e análises em diversos aspectos. O retorno econômico deve sim, ser analisado na escolha dos novos usos como forma de contribuir para o desenvolvimento do turismo, mas não deve ser entendido como uma questão primordial da preservação.
