Os textos escritos têm sido utilizados, nas pesquisas sobre mudança linguística, como uma fonte primordial de dados. Uma vez que a língua falada e a língua escrita deixam, muitas vezes, de apresentar correspondências estruturais perfeitas, vale perguntar se podemos, ou não, utilizar todo e qualquer dado de textos escritos para (a) substanciar afirmações sobre estágios anteriores de uma língua, ou (b) fazer afirmações sobre as mudanças ocorridas desde este estágio anterior até os dias atuais. Neste artigo respondo negativamente às duas questões. Além disso, procuro oferecer critérios para se separar os dados escritos a serem utilizados daqueles que não devem ser utilizados. Os dados para a minha argumentação envolvem a ordem de constituintes encontrada em textos do português arcaico.
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