Este artigo analisa, tal como vividas e concebidas pelas moradoras de um bairro de periferia, as relações de gênero focalizadas através da divisão de papéis na família. Considerada natural, esta divisão baseia-se na identificação simbólica da mulher com o mundo da casa, e do homem com o mundo da rua, como universos regidos por códigos morais distintos, a partir dos quais definem-se o desvio e as acusações sobre o homem e a mulher. O argumento básico é que as relações de gênero são fundadas em dois princípios: o da reciprocidade, que estabelece papéis complementares para o homem e a mulher; e o da hierarquia, que delimita a autoridade masculina sobre a família. Esta por sua vez, aparece como a referência básica da mulher na construção de sua identidade social.
© 2001-2024 Fundación Dialnet · Todos los derechos reservados