São realizadas considerações sobre a temporalidade das teorias científicas, baseadas em análises histórico-epistemológicas, e sobre o lugar em que conhecimentos científicos se originam, tendo por base a proposição de Milton Santos a respeito da formação social do espaço, com a finalidade de se examinar a relação entre a dimensão espaço-temporal da Ciência-Tecnologia (CT) e a sua não-neutralidade. Argumenta-se que essa não-neutralidade tem dois aspectos indissociáveis: um relativo à demanda e o outro relacionado à formulação científica de problemas originários da demanda e à correspondente busca de suas soluções. Destaca-se que a universalidade contida nas teorias científicas não implica, necessariamente, na universalização da demanda relacionada à CT. Com esta perspectiva relaciona-se CT e a pesquisa em educação em ciências e propõe-se que se obtenham demandas localizadas através de uma investigação temática, conforme proposição de Paulo Freire, considerando que a educação em CT é um dos elementos da formação social do espaço.
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