O último romance da moçambicana Paulina Chiziane, O sétimo juramento, retoma algumas preocupações que têm marcado a obra desta romancista moçambicana: a encenação quotidiana do feminino. Com este edifício sociocultural como pano de fundo, o romance focaliza o ritual de iniciação de uma personagem masculina, David, que,para ascender ao poder político, consolidado o poder econômico, recorre à feitiçaria, ao poder de um nynaga, que lhe exige, em troca, o quetem de mais precioso: a família. É aqui que as mulheres têm um papel fundamental: de simples objeto de prazer e de troca, elas se unem e se tornam sujeitos do processo, revertendo-o apesar de duas não terem logrado sobreviver. Portanto desta vez, para além da deslocação da cena para o mundo urbano do poder político e socioeconômico, o romance, embora revelando os meandros que determinam a vida da mulher mesmo numa sociedade urbana, diz também do conhecimento feminino sobre estratégias para contornar o peso da condição subalterna.
© 2001-2024 Fundación Dialnet · Todos los derechos reservados