O intuito do ensaio é o de definir o lugar do trágico na moderna lírica de língua portuguesa (embora o discurso crítico seja centrado apenas na produção de Fernando Pessoa e de Carlos Drummond de Andrade). Espaço que se apresenta, na verdade, sem fronteiras certas e habitado por uma razão “bastarda” que tenta pensar de forma radical conflitos que “não se podem, porém se devem pensar em conjunto”. O ponto de partida é a retomada da análise de Heidegger sobre a “angústia” e o “tédio” que dão por um lado, ao sujeito, acesso a um conhecimento dolorido da sua origem recalcada, entregando-o, por outro lado, a uma condição impessoal, a um “fora” em relação à identidade em que o Eu se encontra apenas no seu banimento e na sua exceção.
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