O modelo de reforma agrária colocado em prática no Brasil nas últimas três décadas presume uma espécie de quadro atemporal, baseando-se numa unidade operativa de família nuclear que não comporta a noção de prolongamento temporal e reprodução intergeracional.
Apesar de a reprodução familiar ser uma das preocupações mais características das comunidades camponesas, a sucessão não foi prevista neste processo. De forma a compreendermos como os assentados lidaram com essa situação, este artigo apresenta uma análise etnográfica das casas num assentamento rural da Zona da Mata de Pernambuco onde ocorreu um debate intenso entre diferentes modelos de organização espacial. Partindo então da observação da diversidade de categorias e materiais das casas, propõe-se uma interpretação do seu significado ligado à historicidade das dinâmicas familiares e aos sentidos locais de posse da terra.
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