Resumen de Portugal na CPLP (2009-2016): uma relação estratégica multilateral ou bilateral?
A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, organização que tem como objectivo desenvolver a cooperação multilateral, tem demonstrado dificuldades de consolidação, ficando, em áreas relevantes, ao nível das intenções políticas. O presente artigo pretende demonstrar que, devido a crises políticas internas, como no caso da Guiné-Bissau, e relações diplomáticas inconsistentes com parceiros como Angola e Moçambique, sobretudo, a política externa portuguesa tem vindo a manifestar-se mais no plano bilateral com Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Timor Leste, sendo ainda reforçada a sua relação privilegiada com o Brasil. Esta posição tem sido afirmada para além do contexto, difuso e ainda incerto, da CPLP. Após 2009, o Brasil passou a ser um dos principais investidores no espaço português. Pretende-se, assim, identificar os interesses estratégicos presentes nesta relação e como este parceiro constitui, já num contexto de crise interna, uma alavanca à recuperação económica portuguesa, levando a que a política externa de Portugal se (re)orientasse, para uma parceria mais bilateral.
Em simultâneo, no espaço da CPLP alargada à Guiné-Equatorial, diferentes desafios e novas estratégias se deparam à política externa portuguesa
