Neste artigo, pretendemos discutir como, no decorrer das manifestações sociais que se desenrolaram no Brasil em 2013, em especial no Rio de Janeiro, uma categoria semântica ocupou papel central: a de “vândalos”. Eleito pela mídia hegemônica como termo síntese das ações violentas dos manifestantes, o signo “vândalos” permitiu a construção, via indústria cultural, de uma série de representações sociais sobre as manifestações, os manifestantes e seus atos. A mesma categoria vai ser utilizada, em estratégias diversas, por aqueles que se colocaram, discursivamente, contra as representações produzidas pela grande mídia, através de deslocamentos e reapropriações. Neste trabalho, buscamos não só mapear esses embates, mas indicar o caráter ambivalente das representações, como produto e processo da relação entre os sujeitos e a realidade social.
In this article, we intend to discuss how, within social protests that occurred in Brazil on 2013, especially in Rio de Janeiro, a semantic category has occupied a key role: the so-called "vandals". Singularized by the hegemonic media as the term that best signified the violent actions of some participants of the riots, the sign "vandals" has made possible the construction, via culture industry, of a series of social representations about the social protests, the participants and its acts. The same category is used, in different strategies, by those who have discursively manifested a discordance against the hegemonic media representations of the social protests through displacement and reappropriation. In this article, we will try to map such debates and also to single out the ambivalent character of the social representation, both as product and process of the relationship between subjects and social reality.
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