Este artigo pretende contribuir com as reflexões referentes às questões indígenas na Amazônia maranhense a partir do panorama nacional, e tendo como cenário os rearranjos do Estado brasileiro nas décadas de 1970 e 1980. Empreende-se uma análise dos processos históricos, políticos e sociais que forjaram as condições para o surgimento dos movimentos sociais indígenas, politicamente articulados. A mudança de perspectiva do indígena como protagonista de suas próprias lutas ocorreu especificamente no bojo de projetos desenvolvimentistas como o Projeto Grande Carajás, cuja consequência foi a desestruturação dos seus territórios. A repressão e a ameaça de supressão de suas terras, no entanto, ao invés de instaurar o medo nas lideranças, significou o amadurecimento da percepção de uma “causa indígena” e o vislumbrar dos embates étnicos no cotidiano desses povos.
© 2001-2024 Fundación Dialnet · Todos los derechos reservados