O presente artigo pretende verificar quais políticas e programas sociais foram defendidos nos anos de governo Dilma (2011-2015) como relevantes especialmente para as mulheres, para saber quais argumentações que são apresentadas para tal “protagonismo”. Apontamos que o fato de ser a primeira mulher presidente do Brasil poderia trazer representatividade e maior visibilidade às pautas feministas, porém as respostas políticas dependem da perspectiva classista adotadas em sua gestão. Como metodologia, realizamos pesquisa documental utilizando a técnica de análise de conteúdo para analisar seus discursos presidenciais, realizados entre 2014 e 2015, período em que ocorreu a transição entre suas gestões. Selecionamos, após a leitura exploratória, os programas “Minha Casa, Minha Vida”, “Bolsa Família” e o “Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego”. Concluímos, a partir da análise dos seus pronunciamentos direcionados às mulheres, que, sob o discurso liberal do empoderamento e autonomia, as mulheres ganham centralidade nas políticas sociais, o que fortalece a individualização e o familismo, incompatíveis com os valores do feminismo socialista.
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