Populares na literatura norte-americana desde o clássico “Little women”, os romances sentimentais adolescentes são destinados ao público jovem feminino e as suas presumidas expectativas. Similares aos seus congêneres adultos na estrutura narrativa e nos valores moralizantes, seu diferencial é retratar especificamente a saída da infância e o início da vida adulta feminina. De certa forma, podem ser considerados romances de formação. Entretanto, não integram o prestigioso Bildungsroman tradicional. E não apenas devido à qualidade literária, mas ao enredo melodramático que se limita à busca pelo primeiro amor e não permite o amadurecimento de suas protagonistas. Hostilizados pelos estudos feministas por inserir a jovem leitora em um padrão submisso de feminilidade, os romances sentimentais adolescentes contemporâneos raramente são analisados pela plausibilidade do universo feminino que retratam. Justamente o que este artigo se propõe ao analisar o infantojuvenil “Os fantasmas da meia-noite” e seu panorama sutil e verossímil das mulheres nos anos 1950.
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