A passagem final do Panatenaico (§§ 200-73) apresenta uma cena de uma conversa entre Isócrates e um dos seus discípulos, situação que teria precedido a publicação do texto, consistindo na única ocorrência de diálogo dentro do corpus dos oradores áticos. Este artigo propõe um exame dessa passagem final a partir de sua forma, tentando mostrar quais são as consequências do emprego do diálogo em um texto que se apresenta como a fala de um orador. Para tanto, proceder-se-á a uma comparação do discurso com obra daquele que foi o principal do cultor do diálogo em prosa na Grécia antiga – Platão. Para se estabelecer a comparação, escolheu-se o Fedro, não somente por ele conter excurso discutindo o valor da escrita quando comparada à dialética, mas também porque Isócrates é especialmente visado por esse texto, que termina com o elogio de Sócrates ao autor.AbstractThe final passage of the Panathenaicus (§§ 200-73) consists in a dialogue scene between Isocrates and one of his former pupils, a situation that supposedly preceded the speech’s publication. The passage, being the only example of dialogue found in the corpus of the Attic orators, has attracted some attention from the commentators. This article examines the passage according to its form, trying to show the consequences of the introduction of a dialogue in a text that presents itself as the deliverance of an orator. To achieve this goal, I shall compare the speech with the work of the one who surely is the most representative composer of prose dialogue – Plato. More specifically, the comparison will be made with the Phaedrus, a text important not only because of its contraposition of writing text against spoken dialogue, but also because it contains the only nominal reference to Isocrates in the entire Platonic corpus.Keywords: dialogue; writing; ancient rhetoric
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