A intimidade pós-moderna constitui uma esfera estruturalmente marcada pela complexa convivência de disposições sociais de dissensão e de fusão. Por um lado, é permeada por condições propícias à individualização, à re- flexividade e à electividade, o que contribui para reforçar idiossincrasias e aspirações pessoais nas relações íntimas. Por outro lado, encontra-se simbo- licamente colonizada pela grande narrativa romântica, uma matriz cultural muito valorizada e desejada, que impulsiona os sujeitos no sentido da fusão passional. Delineado num formato ensaístico, o artigo assume como objecto de análise central as manifestações de forças antagónicas na configuração da intimidade, procurando compreender as muitas tensões, ambiguidades, con- tradições e volatilidades que tendem a caracterizá-la.
© 2001-2024 Fundación Dialnet · Todos los derechos reservados