O Artesanato Intelectual era a bandeira brandida por Mills em defesa de uma ciência social capaz de enfrentar aquilo que um autor que ele conhecia muito bem designava como “o semblante severo da época” sem cair nas perversões burocráticas, tecnocráticas e teorocráticas (se me permitem o deselegante neologismo) às quais oferecia combate. Artesanato, contudo, não é trabalho solitário. Sua marca não é o isolamento e sim a individualidade formada no exercício cuidadoso da criatividade. Cuidadoso, neste contexto, refere-se não apenas ao esmero na execução da obra, na craftmanship tanto prezada por Mills, mas também ao desvelo na atenção ao objeto, que não pode ser negligenciado em nome de alguma forma de narcisismo acadêmico.
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