Persigo aqui o objetivo de contribuir à recuperação dainterlocução entre Nietzsche e a tradição dialética. A despeito daideia de registros teóricos incompatíveis, procuro sublinhar aspreocupações comuns e o possível benefício recíproco nessainterlocução. A diretriz fundamental consiste na visualização dacapacidade de a linguagem se tensionar entre a mediação simbólicadas formas de vida e a expressividade das vivências singularizadas.Primeiramente, proponho uma interpretação das reflexões deNietzsche sobre a linguagem no sentido de detectar aí umainstigante polarização entre conceito e intuição (1). Em seguida,mostro como Adorno desenvolve esse tema no sentido de umaconcepção dialética de linguagem (2). Finalmente, apoiando-me emHegel e Gadamer, gostaria de indicar como a tradição dialéticalogra responder ao desafio nietzschiano do inacabamento dosentido poético (3).
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