Uma percentagem significativa do património histórico Português é constituído por construções de terra. Em construção nova, há também um reaparecimento das técnicas construtivas de terra crua, que surgiu com a tomada de consciência ecológica e no sentido de explorar recursos locais reutilizáveis.
As técnicas actualmente utilizadas, em construção e reabilitação, surgem como uma evolução dos processos ancestrais. Mantêm, no entanto, um carácter essencialmente empírico e não estão ainda totalmente adaptadas às novas realidades. De facto, a perda do saber relativo às artes tradicionais, bem como a falta de conhecimentos sobre processos de degradação dos materiais de terra e da sua compatibilidade com os materiais modernos de construção, nem sempre permitem uma correcta especificação das técnicas a utilizar, quer em construção nova, quer na conservação de construções existentes.
Neste artigo apresentam-se e discutem-se as principais anomalias identificadas em quatro construções de taipa localizadas no Alentejo e os factores de degradação associados. Puderam distinguir-se factores naturais - climáticos, fenómenos naturais, humidade, desenvolvimento biológico, envelhecimento dos materiais e factores humanos - abandono das edificações, introdução de materiais incompatíveis e uso indevido das mesmas. Verificou-se ainda que estes factores não actuam em geral isoladamente.
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