Neste artigo, analiso a construção doethosde Dias Gomes na narrativa de sua autobiografia, Apenas um subversivo. Discuto como a narrativa se estrutura numa dupla forma: reforça a autoridade do indivíduo por ele ser autor, narrador eprotagonista de sua própria história (maior especialista no seu próprio passado do que qualquer outro) e dialoga com a sua imagem pública (seuethosprévio) e com o seu público na produção de um eu autobiográfico (oethosenunciado). Desse modo, oethosautobiográfico de Dias Gomes é construído na relação com outros discursos e na adequação com seu público imaginado. Não produz somente umadesvelaçãodos acontecimentos vividos, mas é fundamentalmenteuma encenação de sentidos construída a partir de enquadramentos da memória de sua história como a de apenas um subversivo.
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