Resumen de Fachadas e coberturas na cidade antiga: Conhecer e Agir
José António Raimundo Mendes da Silva
A reabilitação dos edifícios dos centros mais antigos das cidades tem acumulado experiências de sinal oposto, tantas vezes resultado de diferentes formas de ver e sentir este património. Por sua vez, cada intervenção, quase sempre singular, é um marco para a criação de novas opiniões, umas a favor e outras contra, ou para a radicalização daquelas que, seja qual for o resultado ou o argumento, dificilmente mudarão.
O subtítulo desta comunicação - conhecer e agir - também poderia ser "da diversidade de desafios, ao desafio da diversidade". Nem sempre a diversidade dos problemas a resolver é avassaladora; muitos estão identificados, muitos têm solução conhecida, muitos equivalem em complexidade a outras intervenções em edifícios mais recentes. No entanto, tem sido difícil aceitar a diversidade que resulta do carácter (quase) único de cada edifício e da sua interacção com as construções confinantes, que exige o estudo singular da estrutura, do comportamento térmico, da segurança ao fogo, onde pouco ajuda o melhor articulado regulamentar e se exige o conhecimento e aplicação dos seus princípios, num acto puro de engenharia, sobrecarregado de responsabilidade profissional.
Para agir assim, é preciso conhecer bem. Em Coimbra, são já vários os passos nesse sentido, com o estudo de centenas de edifícios na Alta e na Baixa, numa perspectiva técnica, científica ou académica, que importa partilhar.
Não deve esquecer-se o mais importante -- e que está fora do âmbito desta comunicação: os centros antigos das cidades não vivem, nem sobrevivem apenas com a reabilitação dos seus edifícios. Eles exigem projectos contínuos de vida para os quais estes edifícios são apenas um meio.
