O presente trabalho tem por objetivo resgatar e explicar, dentro da perspectiva geográfica, os movimentos de resistência socioterritoriais. A reflexão tem início com a pesquisa que norteou, nos últimos anos, a busca no âmbito da Geografia, por novos suportes epistemológicos que garantissem a explicação dos movimentos sociais realizados e estabelecidos nos territórios, após uma grande luta para a manutenção desses territórios, sobretudo, à luz da justiça social. Devemos ressaltar que ao longo dos movimentos aqui discutidos, pudemos observar que a resistência social, muitas vezes, lutou pelo seu território, todavia, não conseguindo nele estabelecer-se. Outras vezes, os atores sociais lutaram e lograram permanecer no território, por algum tempo. Em outros processos históricos, resistiram, com muito ardor e presenciaram adiminuição do seu território ou, como no caso dos africanos, lutaram, com vigor, contra os colonizadores, perdendo por um longo período o seu território, para posteriormente reavê-lo quando do advento das independências dos Estados Nacionais Africanos, ora por via pacífica, ora mediante guerras e conflitos de grande magnitude. Assim sendo, percorreremos inicialmente, na América do Norte, a luta dos índios norte-americanos, das pradarias centrais contra os colonizadores e o governo dos EUA. Em seguida, focalizaremos o movimento Zapatista, com suas peculiaridades e especificidades, além da sua capacidade de organização do território. Na sequência, averiguaremos os movimentos de resistência brasileiros, colombiano e boliviano,para, finalmente, auscultarmos os movimentos de resistência africanos contra os colonizadores europeus, as suas lutas, as suas perdas e, posteriormente, a reconquista, em parte, dos seus territórios, anteriormente perdidos.
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