Raquel Peixoto, Isabel Iglesias, Paulo Avilez Valente
O rio Douro é um dos rios mais importantes da Península Ibérica. Desagua no Oceano Atlântico num estuário urbano de 21.6 km de comprimento e apresenta uma restinga de areia na sua embocadura. Esta restinga foi sofrendo alterações, a nível de forma e de posição devido a fenómenos naturais e actividades antrópicas. Em 2009, foi concluída a construção dos dois molhes de protecção da barra do Douro. Esta obra provocou alterações morfodinâmicas significativas, provocando o recuo da restinga para o interior do estuário e um aumento da sua robustez.
O objectivo deste trabalho consiste na análise do efeito da construção dos molhes na hidrodinâmica do estuário do Douro. O estudo é realizado recorrendo à simulação numérica de vários cenários de cheia. Observou-se que, para alguns dos cenários de cheia simulados, a geometria dos molhes, associada ao aumento da área superficial da restinga, constitui um obstáculo ao escoamento fluvial. Por outro lado, o aumento da robustez da restinga dificulta o seu galgamento e/ou rebentamento. Consequentemente, a elevação da superfície livre a montante da restinga é maior após a construção dos molhes, aumentando o risco de inundação das margens em caso de cheia.
Palavras-Chave:
© 2001-2024 Fundación Dialnet · Todos los derechos reservados