// // Objetivo: É bem conhecido o impacto que o diagnóstico de uma doença oncológica tem ao nível do ajustamento psicológico em doentes com cancro do pulmão. Por outro lado sabe-se que a sintomatologia depressiva pode, também, sobrepor-se aos sintomas físicos do cancro e tratamento oncológico, o que dificulta a sua deteção e adequada abordagem terapêutica. O presente trabalho pretende explorar em que medida a autocompaixão e o suporte social são preditores do ajustamento mental e estados afetivos negativos em doentes com cancro do pulmão. Método: A amostra é constituída por 55 indivíduos (38 homens e 17 mulheres) diagnosticados com cancro do pulmão e com idades compreendidas entre os 44 e os 87 anos. Como instrumentos de medida foram utilizadas a Escala de Ajustamento Mental ao Cancro (MiniMac), a Escala de Autocompaixão (SELFCS), a Escala de Satisfação com o Suporte Social (ESSS) e a Escala de Ansiedade, Depressão e Stress (EADS-21). Resultados: Foram encontradas correlações significativas entre o ajustamento mental, a psicopatologia e as estratégias de regulação emocional (autocompaixão) e suporte social. Os modelos preditores do ajustamento mental e da sintomatologia associada ao stress incluem dimensões da autocompaixão e o suporte social como variáveis preditoras significativas. Já em relação ao modelo preditor da sintomatologia depressiva, o mindfulness parece ser a única variável com um contributo relevante. Conclusões: Estes resultados têm implicações práticas, sugerindo que estes doentes podem no seu programa terapêutico beneficiar do desenvolvimento deste tipo de estratégias (novas formas de se relacionarem com as suas experiências emocionais e qualidade das suas redes sociais) no sentido de promover um melhor ajustamento mental à sua condição.
// Introduction: The impact of the diagnosis of an oncologic disease is well-known in terms of psychological adjustment and quality of life. On the other hand it is known that depressive symptoms may also overlap the physical symptoms of cancer and cancer treatment, which may interfere in their detection and appropriate treatment approach. Objectives: The aim of the current study was to explore the relationship between psychological adjustment to lung cancer, self-compassion, social support and emotional negative states in patients with lung cancer. Method: Fifty-five patients diagnosed with lung cancer (38 men and 17 women) with ages ranging from 44 to 87 years old participated in the study. A set of self-report instruments was used: the Mini Mental Adjustment to Cancer Scale (MiniMac), the Self-compassion Scale (SCS; Neff, 2003), the Social Support Satisfaction Scale (SSSS) and the Depression, Anxiety and Stress Scale (DASS-21). Results: Significant correlations were found between psychological adjustment, psychopathology, emotion regulation strategies (self-compassion), and social support. The predictive models for psychological adjustment and stress related symptomatology include self-compassion and social support as significant predictive variables. Regarding the predictive model for depressive symptomatology, mindfulness seems to be the only significant predictor. Conclusions: Our findings suggest that these patients may benefit, in their therapeutic approach, from the development of this kind of strategies (new ways of relating themselves with their emotional experiences and quality of their social networks) in order to promote a better psychological adjustment to their clinical condition.
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