Carla Renata Antunes de Souza Gomes, Samuel da Silva Alves, Tiago de Moraes Kieffer
Este artigo propõe uma análise acerca das estratégias anticomunistas utilizadas pela Frente Democrática, apoiadora do candidato Walter Peracchi Barcelos, contra o trabalhismo de Leonel de Moura Brizola nas eleições ao Governo do Estado do Rio Grande do Sul no ano de 1958. Nosso ponto de partida é um poema, intitulado O Mar de Lama, que contém informações relativas ao início do trabalhismo na Europa, acusações contra o PTB e suas alianças políticas, ao passado do fundador e maior nome do partido – Getúlio Vargas – como ditador do Estado Novo, além de insinuações quanto ao parentesco de Leonel Brizola com o então Vice Presidente João Goulart, de ligações do candidato petebista ao Partido Comunista e panfletos de apoio, por parte de órgãos públicos, como a Brigada Militar, representada por seus oficiais, ao candidato Walter Peracchi Barcelos. Seguiremos no campo da Nova História Política, baseados nos conceitos de Cultura Política e Imaginário Anticomunista, para assim identificar a ideologia dos atores envolvidos na eleição e as estratégias utilizadas para o combate do outro, o qual, na maioria das vezes, era identificado ou associado a grupos comunistas. A partir desta análise, entendemos o anticomunismo não como convicção ideológica neste momento, mas como discurso de mobilização das massas, utilizado pela Frente Democrática com o intuito de denegrir a campanha trabalhista frente ao eleitorado rio-grandense e a instituições como a Igreja Católica, além de colocar o candidato da Frente Democrática em um patamar de combatente ao perigo que o Comunismo representava à sociedade do Rio Grande do Sul.
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