Camila de Vasconcelos, Simone Pilleti Viscarra
Pesquisas recentes indicam que a redemocratização brasileira, instaurada em 1989, pode ser classificada como uma democracia de caráter institucional representativa bem consolidada. Todavia, essa dimensão não é acompanhada por uma democracia social, uma vez que vários aspectos relacionados à qualidade de vida das pessoas não foram atendidos. Considerando esse panorama busca-se problematizar a qualidade da democracia instaurada no país e como essa tem sido influenciada pelo afastamento das pessoas da esfera política. Indícios dessa situação de insatisfação e descrença são vistos nos baixos índices de participação política e de credibilidade nas instituições democráticas por parte das pessoas. Dessa forma, tornando pesquisas de opinião pública sobre cultura política um instrumento essencial de análise para que se avance no debate entorno do processo de democratização no Brasil. Objetiva-se aqui identificar se a desconfiança da população brasileira sobre as instituições políticas fomenta uma não participação política dos mesmos. Para isso, serão analisadas duas dimensões de participação: a) convencional (participação em eleições e partidos); e b) não-convencional (passeatas, boicotes, abaixo-assinados). Para alcançar os objetivos propostos neste artigo os dados provenientes da pesquisa realizada pelo World Value Survey em 2005 foram analisados com a técnica quantitativa análise de trajetória (path analysis).
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