Ayuda
Ir al contenido

Dialnet


Este obscuro objeto da citação literária: para uma fenomenologia da intertextualidade no cinema de João César Monteiro

  • Autores: Francesco Giarusso
  • Localización: Estudos Semióticos, ISSN-e 1980-4016, Vol. 9, Nº. 2, 2013, págs. 88-99
  • Idioma: portugués
  • Títulos paralelos:
    • That obscure object of literary quotation: For a phenomenology of intertextuality In João César Monteiro’s work
  • Enlaces
  • Resumen
    • português

      Embora a poesia, ou melhor, a literatura tout court seja omnipresente na obra de João César Monteiro, a sua praxis cinematográfica torna visível a impossibilidade de a filmar. A recusa da ilustração dos textos literários e a constatação da falta de qualquer correspondência possível entre a palavra e a imagem não é mais do que a demonstração da incapacidade do cinema de filmar a poesia e da inutilidade de persegui-la, porquanto “o que é filmável é sempre outra coisa que pode ou não ter uma qualidade poética” (Monteiro, 1974, p. 115). Tudo isto se manifesta desde Sophia de Mello Breyner Andresen (1969) até à adaptação de Branca de Neve (2000) de Robert Walser, filme este que realiza a profecia monteiriana, segundo a qual “o cinema é o verbo [...] e o verbo feito cinema verá atestar, à la limite, na superfície negra de um écran, a morte do cinema e o seu renascimento” (Monteiro, 1969, in Nicolau (org.), 2005a, p. 105). A obra de Monteiro representa uma das explorações mais agudas do campo da “reescrita” por imagens e palavras de textos literários. De facto, o objetivo deste ensaio reside na análise semiótica de algumas das principais estratégias através das quais a literatura se manifesta no cinema monteiriano, para que possamos traçar uma breve e sumária fenomenologia das relações intertextuais que se instauram entre as palavras da literatura e as imagens do cinema, destacando em particular modo as relações “anti-ilusionistas” provocadas pela progressiva discrepância da banda visual com a sonora: desde as interrupções caracterizadas por imagens insólitas e imprevistas, pelas quais à opacidade das imagens se contrapõe a transparência do som, até chegar à cegueira do écran preto.

    • English

      Although poetry, or rather, literature tout court, is omnipresent in João César Monteiro’s work, his cinematographic praxis reveals how unlikely it is to film it. The refusal to illustrate literary texts and the perception that there is no possible correspondence between word and image is simply the demonstration of the cinema’s inability to film poetry and the uselessness of attempting it, since “what can be filmed is always something else, that may have or not a poetic quality” (Monteiro, 1974, p. 115). We can see this from Sophia de Mello Breyner Andresen (1969) to the adaptation of Robert Walser’s Snow White (2000), the latter embodying the monteirian prophecy according to which the “cinema is the Word [...] and the Word turned into movie will ultimately testify, on the dark surface of the screen, the death of the cinema and its rebirth” (Monteiro, 1969, in Nicolau (org.), 2005, p. 105). Monteiro’s work represents one of the most acute explorations in the “re-writing” of literary texts through images and words. In fact, this essay aims at performing a semiotic analysis of some of the main strategies through which literature is manifested in Monteiro’s filmography, enabling us to outline a brief phenomenology of the intertextual relations between literary words and cinematic images. Specifically, we intend to stress the “anti-illusionist” relations created by the progressive divergence between the soundtrack and the visual one, examining from the interruptions caused by unusual and unexpected images, through which the transparency of sound opposes the opacity of images, to the blindness of the black screen.


Fundación Dialnet

Dialnet Plus

  • Más información sobre Dialnet Plus

Opciones de compartir

Opciones de entorno