Cet article reproduit une communication faite au III Seminário de Semiótica à l’Universidade de São Paulo (São Paulo, Brasil), en octobre 2009. La communication prend pour objet les théories de la valeur de Saussure, Marx et Lacan, et a l’objectif d’expliciter certaines homologies existantes entre elles. Nous partons alors de la considération que le principe de base qui soutient les homologies concerne le fait que ces auteurs partagent une seule et même orientation épistémologique, dite matérialiste, caractérisée par le rejet tant du réalisme ontologique que par celui du conventionnalisme épistémologique. C’est, dans ce sens, que nous proposons une définition du matérialisme saussurien comme modèle-type exemplaire de cette orientation épistémologique, à partir de laquelle il devient possible de situer les équivalences formelles de ces théories de la forme-valeur. Nous prétendons ainsi montrer que les trois auteurs développent — chacun évidemment à sa manière et en fonction des exigences de leurs respectifs champs disciplinaires — une seule et même orientation théorique matérialiste à propos de la théorie de la valeur. Pour cela, nous chercherons démontrer alors que chacun des auteurs cités traite d’un triple problème : a) mettre en relief une théorie de la forme-valeur proprement dite ; b) rendre compte de l’énigmatique nature de la positivité de la valeur différentielle ; c) proposer un espace heuristique qui rend possible un concept de sujet adéquat au système de valeurs.
Este artigo reproduz a comunicação feita durante o III Seminário de Semiótica na USP, em outubro de 2009, na qual tomamos por objeto as teorias do valor em Saussure, Marx e Lacan, com o objetivo de explicitar certas homologias existentes entre elas. Com tal objetivo, partimos da consideração de que o princípio de base que sustenta essas homologias concerne ao fato de os autores partilharem da mesma orientação epistemológica, que podemos chamar de "materialismo estrutural", caracterizada pela recusa do realismo metafísico; este último, fruto da associação entre o realismo ontológico e o convencionalismo epistemológico. É nesse sentido que propomos uma definição daquilo que consideramos ser o materialismo saussuriano, explicitado como modelo-tipo exemplar dessa orientação epistemológica materialista e a partir da qual se torna possível situar as equivalências formais das teorias da forma-valor aqui tratadas. Desse modo, pretendemos mostrar que os três autores desenvolveram – cada um, obviamente, à sua maneira e em função das exigências específicas de seus respectivos campos disciplinares – uma mesma orientação teórica materialista acerca da teoria do valor. Para tanto, buscamos demonstrar, então, que cada um dos autores citados trata do mesmo tríplice problema que consiste em: a) colocar em relevo uma teoria da forma-valor propriamente dita; b) dar conta da enigmática natureza da positividade do valor diferencial e c) propor um espaço heurístico que permita apresentar um conceito de sujeito adequado ao sistema de valores.
© 2001-2024 Fundación Dialnet · Todos los derechos reservados