Tendo como base tanto a definição de Goffman (1988) para contatos mistos – aqueles que reúnem face a face estigmatizados e não-estigmatizados –, quanto a teoria da rotulação desenvolvida por Becker (1963), o artigo se debruça sobre dados gerados em entrevistas realizadas durante trabalho de campo com internos de uma instituição prisional, com objetivo de iluminar as marcas e estratégias do encontro social entre pesquisadores e desviantes. Tais entrevistas foram objeto de micro-análise discursiva à luz da sociolinguística interacional, especificamente das categorias de trabalho de face (Goffman 1967) e estrutura de participação (Goffman 1981). A análise empreendida salienta a tensão que há entre o reconhecimento tácito das imagens deterioradas pelo estigma proveniente do cenário prisional e o esforço de apresentação positiva que depende da desconstrução ou invisibilização dos signos estigmatizantes.
Drawing both on Goffman's (1988) notion of mixed contacts – defined as face to face interactions between deviant and non-deviant subjects – and on Becker's (1963) labeling theory, this paper discusses data generated in fieldwork interviews with prisoners involved with drug dealing. The paper aims to shed light on the strategies relied on by both researches and deviant subjects in the course of a mixed social encounter. The interviews transcriptions were analyzed according to the paradigm of interactional sociolinguistics, particularly the analytical categories concerning face work (Goffman 1967) and structure of participation (Goffman 1981). The analysis highlights the interactional tension between the tacit recognition of spoiled images, whose deterioration is due to the stigma associated with the prisonal environment, and the effort towards a positive presentation, which depends on the invisibilization of the signs of stigmatization
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