Este artigo investiga como o Golpe Civil-Militar de 1964 foi vivenciado na Zona da Mata de Pernambuco, centro de atuação dos principais movimentos sociais do período. O relato de memória do trabalhador aposentado José Sebastião foi tomado como fio condutor desta narrativa. Ele oferece indícios sobre o operativo civil e militar que funcionou naquela região antes e durante o movimento golpista. As informações produzidas pela memória foram cotejadas com outras fontes documentais, como imprensa, relatórios administrativos, processos judiciais e mesmo outros relatos orais. Ao fim, buscou-se apresentar aspectos da maquinaria repressiva em funcionamento na Zona canavieira de Pernambuco no início da década de 1960 e problematizar uma invisibilidade da condição dos trabalhadores rurais como vítimas dos militares a partir de 1964.
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