O movimento de institucionalização do folclore, no Brasil, teve início com a Comissão Nacional do Folclore, criada em 1947. Nos anos seguintes, esse movimento se capilarizou por meio de diversas comissões regionais responsáveis pela criação de uma grande rede nacional de folcloristas que, exortada pelo ideal de missão, promoveu eventos, inquéritos e pesquisas sobre o folclore e incentivou a escrita de diversos textos sobre a vida cultural dos estados. Neste artigo, apresenta-se a trajetória da Comissão Goiana de Folclore, criada em 1948, analisando as correspondências epistolares trocadas entre os secretários dessa comissão regional e os da comissão nacional, a fim de compreender os percursos da construção do folclore como “campo intelectual”, por meio da subjetividade dos seus autores. Analisa-se, também, as relações desse movimento com as políticas culturais dos anos de 1940 a 1980, quando se acreditava que o povo, as suas práticas e tradições deviam ser protegidas e resgatadas para compor uma identidade nacional.
© 2001-2024 Fundación Dialnet · Todos los derechos reservados