Apenas após a década de 90, a obra de Aby Warburg foi “revisitada” por autores que fizeram um trabalho notável na sua divulgação e também na pesquisa do seu arquivo. De uma actualidade bem pertinente, os conceitos warburgianos são considerados hoje um importante marco na viragem da historiografia, sobretudo aplicada a temas como a fotografia, o cinema e a história de arte. A ideia de uma “ciência sem nome”, aludindo a uma pretensa unidade da ciência, visa uma interdisciplinaridade que é hoje um dos conceitos caros às ciências humanas. Por outro lado, Warburg partilhava com Benjamin uma historiografia ao arrepio do historicismo e de uma visão redutora da história. É precisamente a partir do conceito de imagem e da “imagem em movimento” e também da ideia de “vida póstuma das imagens” (Nachleben) que Warburg parte, para definir a abertura da historiografia.
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