Colombia
Este artículo parte del interés en estudiar las condiciones sociomateriales en que se hace ciencia en la Universidad del Atlántico (Colombia). Esto significa observar el lado cotidiano de la práctica investigativa más que el aspecto estructural que promueve u obstaculiza el desarrollo de la investigación. Con una metodología de observación directa de tres laboratorios, describimos, primero, la forma en que estudiantes y profesores presentan sus lugares de trabajo y, segundo, reflexionamos sobre la progresiva configuración de una serie de habilidades o competencias de los investigadores de la Universidad del Atlántico al trabajar en las condiciones de producción de conocimientos propias de esta institución educativa pública. Es así como consideramos dos preguntas que, a nuestro parecer, son fundamentales en los estudios de la ciencia en América latina: Primero, ¿es posible estudiar las prácticas científicas en contextos relativamente marginales, pero con posibilidad de crecimiento, como la ciudad de Barranquilla? Segundo, si los laboratorios que observamos no han sido necesariamente escenarios de producción de hechos científicos, conocimientos o innovaciones trascendentales, ¿qué se reconfigura en su interior? Los conceptos de ciencia cordial (Cukierman y Teixeira, 2008), ciencia flexible y ciencia suave y ciencia periférica (Kreimer, 2006), que surgen en medio de la división mundial del trabajo científico, nos ayudan a ilustrar la discusión sobre estos dos cuestionamientos, mientras que el repertorio de la Actor-Network Theory (Latour, 2005, 2006) y el concepto de reconfiguración (Vinck y Zarama, 2007) nos permiten guardar el registro descriptivo de laboratorios de pequeñas dimensiones. En suma, nuestra propuesta de análisis se asemeja a una tentativa por mostrar cómo se elaboran los hechos científicos. Ante su ausencia, durante el periodo de observación, concluimos que, a pesar de las frustraciones, los laboratorios de esta universidad son dispositivos experimentales que generan comportamientos, formas de percibir la labor científica y, en definitiva, la esperanza en un mejor futuro. Es decir, en situaciones de gran hostilidad, precariedad e inestabilidad, la base más robusta de la ciencia se construye con los individuos y con los grupos de investigación.
Este artigo parte do interesse em estudar as condições socioambientais em que se faz ciência na Universidad del Atlántico (Colômbia). Isso significa observar o lado cotidiano da prática de pesquisa mais do que o aspecto estrutural que promove ou impede o desenvolvimento da pesquisa. Com uma metodologia de observação direta de três laboratórios, descrevemos, em primeiro lugar, a forma em que estudantes e professores apresentam seus lugares de trabalho; em seguida, refletimos sobre a progressiva configuração de uma série de habilidades ou competências dos pesquisadores da referida universidade ao trabalharem nas condições de produção de conhecimentos próprias dessa instituição educativa pública.
Nesse sentido, consideramos duas perguntas que são fundamentais nos estudos da ciência na América Latina: é possível estudar as práticas científicas em contextos relativamente marginais, mas com possibilidade de crescimento, como a cidade de Barranquilla? Se os laboratórios que observamos não foram necessariamente cenários de produção de ações científicas, conhecimentos ou inovações transcendentais, o que se reconfigura em seu interior? Os conceitos de ciência cordial (Cukierman e Teixeira, 2008), ciência flexível e leve e ciência periférica (Kreimer, 2006), que surgem em meio da divisão mundial do trabalho científico, ajudam-nos a ilustrar a discussão sobre esses dois questionamentos, enquanto o repertório da Actor-Network Theory (Latour, 2005, 2006) e o conceito de reconfiguração (Vinck e Zarama, 2007) nos permitem guardar o registro descritivo de laboratórios de pequenas dimensões. Em resumo, nossa proposta de análise se assemelha a uma tentativa de mostrar como são elaboradas as ações científicas. Ante sua ausência, durante o período de observação, concluímos que, apesar das frustrações, os laboratórios dessa universidade são dispositivos experimentais que geram comportamentos, formas de perceber o trabalho científico e, em definitiva, a esperança num futuro melhor. Isto é, em situações de grande hostilidade, precariedade e instabilidade, a base sólida da ciência se constrói com indivíduos e com os grupos de pesquisa.
This article intends to study the sociomaterial conditions for doing science at the University of the Atlantic (Colombia). This means paying attention more to everyday research practices than to the structural aspects that promote or hinder research. Through direct observation of three laboratories, we describe, first, how students and professors introduce their research sites, and, second, we reflect on the configuration of these researchers’ skills while working under the specific conditions of knowledge production of this public institution. We consider two issues central to social studies of science in Latin America: is it possible to study scientific practices in relatively marginal settings like the city of Barranquilla?; and, if the laboratories under study have not produced new facts or innovations, what is it that is reconfigured inside them? The concepts of ciencia cordial (Cukierman and Teixera, 2008), ciencia flexible, ciencia suave and ciencia periférica (Kreimer, 2006) that have been produced under the global division of scientific labor, help us to illustrate the debates around our two questions. The repertoire of Actor Network Theory (Latour, 2005, 2006) and the concept of reconfiguración (Vinck and Zarama, 2007) help us to produce the descriptive register of the small-scale laboratory. In sum, our examination would have been of the production of novel scientific facts if there had been any during our period of observation. We conclude that, in spite of frustrations, laboratories at this university are experimental devices that create behaviors, ways of understanding scientific work, and a hope for a better future.
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