Rodrigo Corrêa Martins Machado
This work was born from a question: what is the place of the poet in society? In order to build a response to this question, I analyze here in this essay Camões’ character Bacchus, present in Os Lusiadas. Such investigation involves reading that character as an allegory of the poet adrift, as well as a poet thrown out of The Platonic Republic; Bacchus finds himself, after having his opinion fully rejected by the olympian gods in the first consilio of Camões’ epic, exiled physically as well as politically and intellectually. The choice of this character is justified since, in Camões epic, this god represents a counterforce to the official discourse of the sixteenth-century Portugal, which aims always to praise the Portuguese historical glory.
O presente trabalho parte de uma pergunta: qual o lugar do poeta na sociedade? A fim de construir uma resposta, analiso neste ensaio a personagem camoniana Baco, presente n’Os Lusíadas. Tal sondagem pressupõe a leitura dessa personagem como alegoria do poeta à deriva, uma vez que, assim como o poeta expulso d’A República platônica, Baco encontra-se, após ter a sua opinião cabalmente rechaçada pelos deuses olímpicos no primeiro consílio da epopeia camoniana, exilado fisicamente, como também política e intelectualmente. A escolha dessa personagem justifica-se uma vez que, na epopeia camoniana, esse deus possui uma força contrária ao discurso oficial do Portugal quinhentista, o qual intentava sempre louvar a glória histórica portuguesa.
© 2001-2024 Fundación Dialnet · Todos los derechos reservados