As travessias e viagens que permeiam, desde o século XIX, a produção metropolitana sobre a África constituem-se como elementos configuradores da cultura imperial portuguesa e alargam-se ao atlantismo, a base matricial de uma “ideologia” de além-mar (primeiro, ultramarinista; e, já a partir do século XX, da colonialidade), e é uma categoria dos diferentes corpora da produção literária portuguesa no período colonial. Propõe-se, neste ensaio, analisar o deslocamento territorial, produtor de diferentes percepções de alteridade, como um dos mais importantes lugares do património colonial português – a literatura colonial.
Travel permeates the Portuguese literary metropolitan production on Africa since the 19th century and constitutes one of the most important making elements of the Portuguese imperial culture. This originality extends to Atlanticism, which seems to be the matrix base of an além-mar ideology (first, ultramarinista; and, from the twentieth century, that of “coloniality”), and is a category of different corpora of Portuguese literature in the colonial period. This paper aims at analyzing territorial displacement, producer of different otherness perceptions, as one of the most important loci in the Portuguese colonial heritage – the colonial literature.
© 2001-2024 Fundación Dialnet · Todos los derechos reservados